Rufus não aguentava muito mais. Estava num estado em que a mente se confundia. Tão depressa sentia aquela dor que lhe tomava todo o corpo como se mil facas o trespassassem, como no segundo seguinte a sua vida de outrora estava bem à sua frente, numa realidade sem precedentes.  Lembrava-se de o seu primeiro dono o levar a ele e aos irmãos numa caixa de papelão de onde não conseguiam fugir. Escutava os gemidos de angustia da sua mãe e os seus chamamentos em vão. As suplicas para (...)
Há muito que sonhava com aqueles dias passados na montanha, naquela casa de madeira que tão bem conhecia. A correria dos dias na cidade mata-nos um pouco e já ansiava pela fresquidão das manhãs nas terras altas. Dava por mim a imaginar-me a beber das fontes sempre a correr e que nem o gelo do inverno as fazia parar. Por ali, só mesmo as águas das fontes e os ventos corriam. Pareciam crianças nas suas infindas brincadeiras.  Passei todo o primeiro dia a dormitar e pouco do que (...)